sábado, 2 de março de 2019

Esquema de aula. AULA 2


AULA 2
ESQUEMA DE AULA
Título__ A Importância da Sociologia para a Formação Acadêmica do Administrador.
Tese_____ Vai ser defendido que a Sociologia é  um conhecimento muito importante na formação do futuro administrador.
Obs__ Estamos falando em Sociologia, mas aqui também se inclui conhecimentos das áreas tradicionalmente atribuídas à Ciência Política e à Antropologia.
Ponto de partida____ Nos cursos de Administração tanto no Brasil quanto no exterior uma carga horária em Sociologia é obrigatória nos cursos de Administração.
Para ficar mais clara a explicação dessa importância vamos nos concentrar apenas nas empresas que é o lugar de trabalho pretendido pela maioria dos alunos que fazem o curso de Administração.
A nossa argumentação vai se basear em duas afirmações
1. A empresa existe  num universo social que influencia ou determina a sua maneira de ser e até mesmo, por vezes, o seu sucesso ou o seu fracasso.
Dentre os elementos que compõem esse ambiente social externo podemos citar
a)O Estado. O Estado interfere sobre as empresas quer seja pelo seu poder normativo (fazer leis) quer seja por políticas de governo
b) A cultura da sociedade em que empresa opera
c) Os grupos de pressão
2. Existe um ambiente social no interior de cada empresa que influencia ou determina a sua maneira de ser, o seu sucesso ou fracasso.
Elementos que compõem esse ambiente social interno :
a) A estrutura de poder ____ a forma como o poder é exercido no interior da empresa
b) A cultura organizacional____  os valores, normas, crenças e outros elementos simbólicos que dão sentido a existência dos funcionários no interior da empresa e o sentido ao trabalho que eles fazem.
Conclusão_________ Se a empresa existe num ambiente social que influencia ou determina a sua maneira de ser e se existe um ambiente social no interior de cada empresa que também influencia ou determina a sua maneira de ser , então a Sociologia é importante porque é ela (o conhecimento fornecido por ela) que nos possibilita entender o que são esses fatores sociais externos e interno e como eles agem sobre a empresa.

Atenção. Os dois textos abaixo tratam apenas do ambiente social externo a empresa.
AMBIENTE DE NEGÓCIOS

Vamos chamar de ambiente de negócios os fatores legais, políticos, culturais, educacionais e sociais que podem estimular ou dificultar o funcionamento , o crescimento e a implantação de novos negócios num determinado país. Na aula aprendemos que as empresas existem num universo social que, de alguma forma, em maior ou menor grau, interfere sobre a sua maneira de ser e o seu desempenho..
Escolhemos os textos abaixo porque eles ilustram e dão uma idéia precisa do ambiente de negócios existente no Brasil. Eles apresentam alguns fatores , mas não os únicos, do ambiente que podem interferir sobre a decisão de grupos estrangeiros escolher o Brasil como base de negócios. Mas o ambiente de negócios também interfere na decisão de empresários existentes ampliar os seus negócios ou sobre a possibilidade de cidadãos brasileiros se tornarem novos empreendedores.

TEXTO 1


O Estado de São Paulo 11 de Setembro de 2007
Um drama brasileiro em chinês

" O governo brasileiro quer atrair o investidor estrangeiro para empreendimentos produtivos, mas faz o possível para dificultar o investimento. Essa crítica tem sido feita por empresários chineses a seus colegas brasileiros e é um assunto bem conhecido no Conselho Empresarial Brasil-China. Os brasileiros da área empresarial podem apenas ouvir a reclamação e concordar. Eles têm as mesmas queixas e sabem melhor que ninguém como é caro e complicado investir no Brasil.
Pelo menos algumas autoridades conhecem a opinião chinesa sobre as dificuldades para aplicar capital de forma produtiva no País. Representantes do Ministério do Desenvolvimento têm participado de reuniões com empresários dos dois países. Mas as principais fontes de problemas estão em outras áreas do governo e algumas dessas têm desafiado com sucesso a autoridade do presidente da República. É o caso, por exemplo, dos condutores da política ambiental, habituados a agir como uma ONG no interior do governo.
Mas a absurda lentidão dos processos de licenciamento ambiental e as decisões de qualidade duvidosa compõem apenas uma parte - muito importante - do problema. Quando as barreiras ambientais são vencidas, o Tesouro público, em todos os níveis de governo, encarrega-se de tornar o projeto menos interessante, onerando com excesso de impostos e contribuições a compra de máquinas e outros equipamentos.
Quando, apesar de todos esses obstáculos, o empresário insiste em constituir uma empresa no Brasil, um novo problema aparece. Registrar o empreendimento pode consumir meses, porque as autoridades brasileiras dão mais importância ao ritual - quanto mais complicado, melhor - do que a resultados de interesse prático para a sociedade. O vício da burocracia inútil manifesta-se também, segundo os chineses, na concessão de passaportes para negócios.
Há, ainda, os custos associados às leis trabalhistas e previdenciárias, elaboradas para promover os interesses do trabalhador empregado, mas não para ampliar as oportunidades de quem não tem emprego. Os chineses têm bons argumentos a respeito do assunto, formulados com base em sua experiência, até hoje bem-sucedida.
Eles têm conseguido absorver nas atividades urbanas várias centenas de milhões de trabalhadores originários do campo. Se não fossem capazes de fazê-lo, por causa de uma legislação social detalhista e pesada para as empresas, nem teriam conseguido a mão-de-obra necessária para sua indústria em rápido crescimento nem teriam impedido a formação de uma camada urbana improdutiva e sensível aos apelos da criminalidade.
Todas essas questões têm sido postas sobre a mesa por empresários brasileiros, em várias ocasiões, e por empresários de fora interessados em produzir no Brasil. Os chineses têm sido muito claros na indicação desses problemas e dispõem de uma respeitável caixa de ressonância, o Conselho Empresarial Brasil-China, formado para a discussão de temas de interesse comum e para a busca de soluções necessárias para a cooperação bilateral.
As queixas foram retomadas nos últimos dias, em duas reuniões do Conselho Empresarial Brasil-China, uma em Dalian, por ocasião de um evento do Fórum Econômico Mundial, outra em Xianmen, onde foi aberta no fim de semana uma feira internacional de oportunidades de negócios, com participação do Brasil.
A maior parte desses temas compõe a velha e jamais cumprida integralmente agenda de reformas. Houve algumas mudanças importantes nos anos 90, indispensáveis para o controle da inflação e para a reconstituição de instrumentos básicos da política econômica. Sem aquelas inovações, o País não disporia de uma política monetária nem haveria na área fiscal aquele mínimo de ordem - insuficiente, mas indispensável - observado há alguns anos na política fiscal."


Questões do primeiro texto 

1.1) Pelas notícias, você caracterizaria a situação existente no Brasil como favorável ou desfavorável à criação de um ambiente de negócios

1.2) Indique 3 elementos que justifiquem a sua opção na resposta anterior

TEXTO 2
AMBIENTE DOS NEGÓCIOS

“A melhoria do ambiente de negócios permite o surgimento de novas empresas e empregos; facilita o fechamento de indústrias com fraco desempenho (esse fechamento faz crescer a produtividade da economia); quem está no setor informal é estimulado a transitar para o formal, no qual os direitos são respeitados, há proteção social e acesso ao crédito. Traduzida no fundo pelo império da lei, a melhoria do ambiente de negócios ajuda a combater a pobreza (id.).
O efeito das reformas microeconômicas depende da expectativa dos investidores; se elas forem interpretadas como sinal de mais avanços em outros campos, os resultados serão muito positivos; se elas forem vistas apenas como manobra publicitária do governo, os resultados serão modestos (id.).
Não há dúvida sobre a importância das reformas no ambiente de negócios. Embora não possam ter uma poção mágica, não podem estar completamente erradas, porquanto todos os países ricos têm um ambiente muito melhor que os pobres. Na América Latina, salta aos olhos o exemplo do Chile, onde as reformas macro e micro se combinaram como enorme sucesso. Os países asiáticos também avançaram nessas reformas (id.).
O grau de amadurecimento das instituições de um país é o principal impulsionador ou entrave para o seu desenvolvimento, preconizou Douglass North, Prêmio Nobel de Economia de 1993, autor da Nova Teoria Institucional. Instituições não são somente as regras do jogo, mas também a tradição em respeitá-las.
“Ranking”
O Brasil situa-se na 119ª posição, numa lista de 155 países, nas condições oferecidas para o desenvolvimento de negócios, segundo o trabalho “Fazendo negócios: criando empregos” (“Doing business”) realizado pelo Banco Mundial (“Primeira Leitura”, São Paulo: Primeira Leitura, n. 45, nov. 2005, p. 25).
Em cada um dos dez quesitos avaliados pelo “Doing business”, o Brasil obteve a seguinte classificação: 1) abrir uma empresa: 98ª posição (são necessários 152 dias para abrir um negócio contra uma média de 19 dias nos países desenvolvidos); 2) lidar com licenças: 98ª (são necessários 460 dias para obter as licenças para operar); 3) contratar e demitir: 144ª; 4) registrar propriedades: 105ª; 5) conseguir crédito: 80ª; 6) proteção a sócios minoritários: 53ª; 7) pagar impostos: 140ª (as empresas brasileiras gastam 2.600 horas por ano para pagar a carga tributária contra uma média de 529 horas na América Latina e no Caribe); 8) negociar com o exterior: 107ª; 9) garantir os contratos: 70ª; 10) fechar empresas: 141ª (id., 25).
São obstáculos sérios para os negócios, de acordo com as empresas instaladas no Brasil (pesquisa “Investment climate” da “International Finance Corporation – IFC”, dados de 2003): 1) carga tributária (para 84,5% das empresas); 2) custos dos financiamentos (83,2%); 3) incertezas sobre as leis e o futuro da economia (75,9%); 4) instabilidade macroeconômica (74,9%); 5) corrupção (67,2); 6) custo da administração (66,1%); 7) acesso a financiamento (60,5%); 8) regras do mercado de trabalho (56,9%); 9) práticas anticompetitivas (56,4%); 10) crime, desordem e roubos (52,2%) (id., 29).
Parafernália normativa
O Brasil cria, por dia, em média, 36 normas tributárias (4 do governo federal) e 554 normas gerais, de 05 out. 1988 (início da vigência da nova CF) a 05 out. 2005, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). No total, os governos editaram 225.626 normas tributárias (25.466 federais, 68.230 estaduais e 2.437.253 municipais) e 3.434.805 normas gerais (134.718 federais, 862.834 estaduais e 2.437.253 municipais). Dessa parafernália normativa, vigoram 16,2 mil normas tributárias. No período de 1988 a 2005, a carga tributária aumentou de 20,01% para 37,50% do PIB. As empresas brasileiras estão sujeitas a mais de 60 tributos, dentre impostos, taxas e contribuições. Como comparação, a China tem 25 tributos e carga fiscal na casa de 17% (Folha de S. Paulo, São Paulo, 06 out. 2005, p. B1).
(...)
Fonte. Site de Newton Freitas http://www.newton.freitas.nom.br/artigos.asp?cod=238

Atividades. 

2.1) De que modo a realidade acima citada pode afetar a sua vida enquanto cidadão (consumidor) ?

2.2) De que modo a realidade acima descrita pode afetar a realização do seu projeto de se enquadrar profissionalmente como administrador ?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Esquema de aula. AULA 1


ESQUEMA DE AULA

Primeira aula

Título. A Crescente Importância do Pensamento Gerencial nas Sociedades Industriais Contemporâneas

Tese a ser defendida_____ O pensamento gerencial está se tornando um dos conhecimentos mais importantes nas sociedades industriais contemporâneas.

Elucidando os conceitos

Sociedades industriais contemporâneas___ este conceito indica que só estamos falando das sociedades não agrárias e que tenham uma base industrial expressiva.

Pensamento gerencial_______ vamos chamar de pensamento gerencial todo o conhecimento produzido pela Administração. É comum ler ou ouvir as expressões: pensamento econômico, pensamento sociológico ou pensamento teológico. Quem utiliza essas expressões está se referindo ao conhecimento produzido nestes campos (economia, sociologia e teologia)

Peculiaridade do pensamento gerencial_____ Como qualquer conhecimento ele é produzido nas universidades, mas diferente destes, ele também é produzido nas organizações

A crescente importância do pensamento gerencial. Para se entender essa crescente importância devemos nos voltar para um autor; Peter Drucker (1909/2005).
Atenção. Pesquise e relacione o nome de Peter Drucker com o pensamento gerencial (valendo ponto)
Para Peter Drucker uma organização é um conjunto de pessoas que se junta de forma permanente para atingir um determinado fim.

Há um critério (não é o único) que nos permite dividir as organizações existentes nas sociedades industriais; a busca do lucro. Então, segundo esse critério, existem organizações sem fins lucrativos e as com fim lucrativo (nesse caso estamos falando das empresas privadas)

As organizações precisam persistir ao longo do tempo. Isso quer dizer que elas precisam justificar a sua existência cumprindo com sucesso a função (objetivo) para a qual foram criadas. Muitas organizações também colocam como objetivo o crescimento.

Dessa forma, seja porque precisam justificar a sua existência, quer seja porque precisam crescer num mercado competitivo, elas devem ser eficientes.

Há várias formas de se avaliar a eficiência (lucratividade, produtividade, prestígio, etc.)
Atenção. Pesquise quem foi Frederick Taylor e relacione a expressão ‘the one best way’, que sintetiza e expressa a sua visão sobre a Administração com o conteúdo do parágrafo acima.  (valendo ponto. Perceba que o comando da pergunta é dado pelo verbo relacionar. É isso o que está sendo pedido para você)

Se as organizações buscam a eficiência, o pensamento gerencial é o único conhecimento capaz de garantir a eficiência dessas organizações

Embora esta tenha sido uma aula que trata especificamente da importância do pensamento gerencial , ela é uma aula de sociologia porque a explicação dessa crescente importância está numa determinada característica das sociedades industriais (o fato de serem sociedades de organização) .  


TEXTO 1

Um país mal administrado

Stephen Kanitz 

Um país do tamanho do Brasil, com os recursos naturais e a população que tem, não é exatamente um país com problemas econômicos. Somos, sim, um país muito mal administrado. Não sabemos administrar os Estados, não sabemos administrar nossas dívidas, não sabemos administrar nossa previdência nem nossa segurança. Nossos governantes e ministros normalmente não são formados em administração nem fizeram aqueles cursos de MBA que proliferam por aí.

A maioria dos nossos ministros nunca trabalhou numa das 500 maiores empresas do país, nem como presidente nem como diretor. Fernando Henrique Cardoso teve como ministros muitos professores brilhantes, que administravam sessenta obedientes alunos e de um momento para o outro passaram a administrar mais de 5.000 funcionários públicos, sem formação em administração, recursos humanos, motivação, liderança nem avaliação de desempenho. Teriam sido bons assessores, não executivos.

Embora o Brasil forme administradores públicos competentes, eles são os primeiros a ser preteridos para os principais cargos da administração pública. O escolhido é amigo de campanha ou colega da época estudantil. Os Estados Unidos são a maior potência econômica não pela qualidade de suas teorias econômicas, mas pela qualidade de suas teorias administrativas. Algumas são modismos, outras funcionam.

Embora a imprensa americana sempre se refira ao governo como administração Bush ou "the Clinton administration", poucos jornais brasileiros usariam a expressão administração Cardoso para descrever nosso governo. Quarenta por cento dos colunistas americanos são gurus de administração, como Peter Drucker, Tom Peters e Michael Porter, que disseminam diariamente o mantra da eficiência, competência e boa administração. No Brasil, eles são substituídos por ex-ministros que escrevem justificando seus erros no governo e sobre como se deveria "administrar" o estrago que deixaram.

Em pleno século XXI, temos pouquíssimos administradores com uma coluna fixa na grande imprensa brasileira. Todo jornal brasileiro tem seu caderno de economia. Por que não criar os cadernos de engenharia, de sistemas, de advocacia ou de administração para poder ouvir as outras profissões que têm contribuições a dar sobre os problemas do país?

Nunca tivemos no Brasil um presidente formado em administração nem que tenha sido presidente de uma das 500 maiores empresas privadas antes de dirigir todo um país. Criticaram Lula, mas ele poderá ser o primeiro presidente a ter pelo menos trabalhado numa das 500 maiores empresas privadas do Brasil, porém, como operário.

O presidente Vicente Fox, do México, por ter sido presidente da Coca-Cola, aprendeu a negociar duro com os americanos. Muitos de seus ministros foram escolhidos de forma profissional, por uma empresa de headhunting, a Korn/Ferry International, que vasculhou o país à procura dos mais competentes executivos mexicanos. Em dois anos, o PIB do México já ultrapassou o do Brasil, embora não somente por essa razão.

Vamos torcer para que o próximo presidente e os próximos governadores não se atenham somente a seus amigos de campanha ou a pessoas sem experiência nem formação em administrar enormes organizações. Vamos rezar para que sejam escolhidos para o primeiro escalão do governo executivos de primeira e ministros com experiência administrativa, que tomem decisões não por critérios políticos, mas por critérios de custos e eficiência.


Revista Veja, edição 1772, ano 35, nº 40, 9 de outubro de 2002

ATIVIDADES
.

Atividade 1.1 O prof. Kanitz apresenta o que segundo ele seria um dos mais graves problemas do Brasil. Exponha a tese dele para explicar o , vamos dizer assim, atraso brasileiro.

Atividade 1.2 No texto, o professor Kanitz apresenta um argumento para fundamentar a sua tese, Explicite, em uma frase, esse argumento.

TEXTO 2
Acesse o seguinte link
https://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Empresa/noticia/2013/05/para-melhorar-seguranca-publica.html

O texto fala sobre um grave problema da sociedade brasileira. Ele foi escrito em 2013 e, de lá para cá, o problema tem se agravado de forma crescente.
Atividades

Atividade 2.1. Para muitas pessoas a solução para o melhorar a segurança pública depende principalmente dos recursos (dinheiro público) para a área de segurança.O autor concorda com esta solução? Fundamente a sua resposta.

Atividade 2.2 Relacione o conteúdo desse artigo com o tema da aula

TEXTO 3

O PROBLEMA DA EDUCAÇÃO NÃO É FALTA DE DINHEIRO
Mailson da Nobrega.

A qualidade do capital humano é essencial para o desenvolvimento. A baixa qualidade da educação explica a perda da liderança econômica da Inglaterra para os Estados Unidos por volta de 1870 e para a Alemanha no fim do século XIX.

Para Rondo Cameron e Larry Neal, no livro: A Concise Economic History of the World, a Inglaterra foi o último país rico a universalizar a educação fundamental. A Revolução Industrial ocorreu, segundo eles, “na era do artesão inventor. Depois, a ciência formou a base do processo produtivo”.

Em vez dos recursos da natureza — algodão, lã, linho, minério de ferro —, a indústria passou a depender cada vez mais de novos materiais, nascidos da pesquisa científica.Nessa área, americanos e alemães, com melhor educação, venceram os ingleses. A Suécia, que era atrasada no início do século XIX,. se industrializou rapidamente graças à educação. Em 1850. Apenas 10% dos suecos eram analfabetos, enquanto um terço dos ingleses não sabia ler nem escrever.

No Brasil, até os anos 1960, acreditava-se que a educação seria mero efeito do desenvolvimento. Em 1950 os respectivos gastos públicos eram de apenas 1.4% do PIB. A partir dos anos 1970, a visão se inverteu. Convencemo-nos de que a prosperidade depende da educação. Os gastos subiram e hoje atingem 5,8% do PIB. A educação fundamental foi universalizada na década de 90 (um século e meio depois dos Estados Unidos e quase meio século depois da Coreia do Sul).

Agora, demandamos melhora da qualidade, mas a ideia está contaminada pelo hábito de esperar que a despesa pública resolva qualquer problema. Daí o equivocado projeto de lei que aumenta os gastos em educação para 10% do PIB. Na mesma linha, Dilma e o Congresso querem aplicar na educação grande parte das receitas do petróleo.


Proporcionalmente, nossos gastos em educação equivalem à média dos países ricos. Passamos os Estados Unidos (5.5% do PIB). Investimos mais do que o Japão, a China e a Coreia do Sul, três salientes casos de êxito na matéria (todos abaixo de 5% do PIB). Na verdade, a má qualidade da nossa educação tem mais a ver com gestão do que com falta de recursos.

O professor José Arthur Giannotti assim se referiu aos jovens que foram às ruas pedir mais dinheiro para o setor: “Pleiteiam mais verbas sem se dar conta da podridão do sistema. Mais do que verbas, é urgente uma completa revisão das instituições educativas vigentes. A começar pela reeducação dos educadores, que, na maioria das vezes, ignoram o que estão a ensinar”” (O Estado de S. Paulo, 19/6/2013).

Outro educador, Naercio Menezes Filho, citou o interessante caso de Sobral (Valor, 21/6/2013). Entre 2005 e 2011 o município cearense avançou quatro vezes mais rápido no ensino fundamental do que São Paulo, sem aumento significativo de despesa. “O gasto por aluno que Sobral usa para alcançar esse padrão de ensino nas séries iniciais é de apenas 3.130.00 reais, enquanto a rede municipal de São Paulo gasta ao redor de 6.000 reais por aluno, ou seja, duas vezes mais.”
(...)

A educação brasileira precisa de uma revolução gerencial e de prioridades, inclusive para gastar melhor os recursos disponíveis. Ampliar os respectivos gastos e destinar-lhe as receitas do petróleo agrada a certas plateias, mas o resultado poderá ser apenas o aumento dos desperdícios. Será péssimo para as próximas gerações.
(fonte. Revista Veja 27/07/2013)

Atividades.
Atividade 3.1.  Relacione o conteúdo do artigo com o tema da aula
Atividade 3.2. Entre gastar mais (recursos com a educação) e gastar melhor o autor se posiciona em defesa dessa segunda opção. Cite um argumento apresentado pelo autor para fundamentar a sua (dele) escolha.

Atividade 4. Acesse o link abaixo e leia o editorial do jornal O Globo sobre a saúde pública brasileira. Em seguida responda o que for pedido
https://oglobo.globo.com/opiniao/saude-publica-do-pais-sofre-de-ma-gestao-12010246

Atividade 4.1. Responda usando apenas três palavras a essência da crítica que o editorial do jornal O Globo faz ao sistema  público de saúde no Brasil.
Atividade 4.2. Relacione a resposta dada acima com o pensamento gerencial (teorias da Administração)