segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Esquema de aula. AULA 1


ESQUEMA DE AULA

Primeira aula

Título. A Crescente Importância do Pensamento Gerencial nas Sociedades Industriais Contemporâneas

Tese a ser defendida_____ O pensamento gerencial está se tornando um dos conhecimentos mais importantes nas sociedades industriais contemporâneas.

Elucidando os conceitos

Sociedades industriais contemporâneas___ este conceito indica que só estamos falando das sociedades não agrárias e que tenham uma base industrial expressiva.

Pensamento gerencial_______ vamos chamar de pensamento gerencial todo o conhecimento produzido pela Administração. É comum ler ou ouvir as expressões: pensamento econômico, pensamento sociológico ou pensamento teológico. Quem utiliza essas expressões está se referindo ao conhecimento produzido nestes campos (economia, sociologia e teologia)

Peculiaridade do pensamento gerencial_____ Como qualquer conhecimento ele é produzido nas universidades, mas diferente destes, ele também é produzido nas organizações

A crescente importância do pensamento gerencial. Para se entender essa crescente importância devemos nos voltar para um autor; Peter Drucker (1909/2005).
Atenção. Pesquise e relacione o nome de Peter Drucker com o pensamento gerencial (valendo ponto)
Para Peter Drucker uma organização é um conjunto de pessoas que se junta de forma permanente para atingir um determinado fim.

Há um critério (não é o único) que nos permite dividir as organizações existentes nas sociedades industriais; a busca do lucro. Então, segundo esse critério, existem organizações sem fins lucrativos e as com fim lucrativo (nesse caso estamos falando das empresas privadas)

As organizações precisam persistir ao longo do tempo. Isso quer dizer que elas precisam justificar a sua existência cumprindo com sucesso a função (objetivo) para a qual foram criadas. Muitas organizações também colocam como objetivo o crescimento.

Dessa forma, seja porque precisam justificar a sua existência, quer seja porque precisam crescer num mercado competitivo, elas devem ser eficientes.

Há várias formas de se avaliar a eficiência (lucratividade, produtividade, prestígio, etc.)
Atenção. Pesquise quem foi Frederick Taylor e relacione a expressão ‘the one best way’, que sintetiza e expressa a sua visão sobre a Administração com o conteúdo do parágrafo acima.  (valendo ponto. Perceba que o comando da pergunta é dado pelo verbo relacionar. É isso o que está sendo pedido para você)

Se as organizações buscam a eficiência, o pensamento gerencial é o único conhecimento capaz de garantir a eficiência dessas organizações

Embora esta tenha sido uma aula que trata especificamente da importância do pensamento gerencial , ela é uma aula de sociologia porque a explicação dessa crescente importância está numa determinada característica das sociedades industriais (o fato de serem sociedades de organização) .  


TEXTO 1

Um país mal administrado

Stephen Kanitz 

Um país do tamanho do Brasil, com os recursos naturais e a população que tem, não é exatamente um país com problemas econômicos. Somos, sim, um país muito mal administrado. Não sabemos administrar os Estados, não sabemos administrar nossas dívidas, não sabemos administrar nossa previdência nem nossa segurança. Nossos governantes e ministros normalmente não são formados em administração nem fizeram aqueles cursos de MBA que proliferam por aí.

A maioria dos nossos ministros nunca trabalhou numa das 500 maiores empresas do país, nem como presidente nem como diretor. Fernando Henrique Cardoso teve como ministros muitos professores brilhantes, que administravam sessenta obedientes alunos e de um momento para o outro passaram a administrar mais de 5.000 funcionários públicos, sem formação em administração, recursos humanos, motivação, liderança nem avaliação de desempenho. Teriam sido bons assessores, não executivos.

Embora o Brasil forme administradores públicos competentes, eles são os primeiros a ser preteridos para os principais cargos da administração pública. O escolhido é amigo de campanha ou colega da época estudantil. Os Estados Unidos são a maior potência econômica não pela qualidade de suas teorias econômicas, mas pela qualidade de suas teorias administrativas. Algumas são modismos, outras funcionam.

Embora a imprensa americana sempre se refira ao governo como administração Bush ou "the Clinton administration", poucos jornais brasileiros usariam a expressão administração Cardoso para descrever nosso governo. Quarenta por cento dos colunistas americanos são gurus de administração, como Peter Drucker, Tom Peters e Michael Porter, que disseminam diariamente o mantra da eficiência, competência e boa administração. No Brasil, eles são substituídos por ex-ministros que escrevem justificando seus erros no governo e sobre como se deveria "administrar" o estrago que deixaram.

Em pleno século XXI, temos pouquíssimos administradores com uma coluna fixa na grande imprensa brasileira. Todo jornal brasileiro tem seu caderno de economia. Por que não criar os cadernos de engenharia, de sistemas, de advocacia ou de administração para poder ouvir as outras profissões que têm contribuições a dar sobre os problemas do país?

Nunca tivemos no Brasil um presidente formado em administração nem que tenha sido presidente de uma das 500 maiores empresas privadas antes de dirigir todo um país. Criticaram Lula, mas ele poderá ser o primeiro presidente a ter pelo menos trabalhado numa das 500 maiores empresas privadas do Brasil, porém, como operário.

O presidente Vicente Fox, do México, por ter sido presidente da Coca-Cola, aprendeu a negociar duro com os americanos. Muitos de seus ministros foram escolhidos de forma profissional, por uma empresa de headhunting, a Korn/Ferry International, que vasculhou o país à procura dos mais competentes executivos mexicanos. Em dois anos, o PIB do México já ultrapassou o do Brasil, embora não somente por essa razão.

Vamos torcer para que o próximo presidente e os próximos governadores não se atenham somente a seus amigos de campanha ou a pessoas sem experiência nem formação em administrar enormes organizações. Vamos rezar para que sejam escolhidos para o primeiro escalão do governo executivos de primeira e ministros com experiência administrativa, que tomem decisões não por critérios políticos, mas por critérios de custos e eficiência.


Revista Veja, edição 1772, ano 35, nº 40, 9 de outubro de 2002

ATIVIDADES
.

Atividade 1.1 O prof. Kanitz apresenta o que segundo ele seria um dos mais graves problemas do Brasil. Exponha a tese dele para explicar o , vamos dizer assim, atraso brasileiro.

Atividade 1.2 No texto, o professor Kanitz apresenta um argumento para fundamentar a sua tese, Explicite, em uma frase, esse argumento.

TEXTO 2
Acesse o seguinte link
https://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Empresa/noticia/2013/05/para-melhorar-seguranca-publica.html

O texto fala sobre um grave problema da sociedade brasileira. Ele foi escrito em 2013 e, de lá para cá, o problema tem se agravado de forma crescente.
Atividades

Atividade 2.1. Para muitas pessoas a solução para o melhorar a segurança pública depende principalmente dos recursos (dinheiro público) para a área de segurança.O autor concorda com esta solução? Fundamente a sua resposta.

Atividade 2.2 Relacione o conteúdo desse artigo com o tema da aula

TEXTO 3

O PROBLEMA DA EDUCAÇÃO NÃO É FALTA DE DINHEIRO
Mailson da Nobrega.

A qualidade do capital humano é essencial para o desenvolvimento. A baixa qualidade da educação explica a perda da liderança econômica da Inglaterra para os Estados Unidos por volta de 1870 e para a Alemanha no fim do século XIX.

Para Rondo Cameron e Larry Neal, no livro: A Concise Economic History of the World, a Inglaterra foi o último país rico a universalizar a educação fundamental. A Revolução Industrial ocorreu, segundo eles, “na era do artesão inventor. Depois, a ciência formou a base do processo produtivo”.

Em vez dos recursos da natureza — algodão, lã, linho, minério de ferro —, a indústria passou a depender cada vez mais de novos materiais, nascidos da pesquisa científica.Nessa área, americanos e alemães, com melhor educação, venceram os ingleses. A Suécia, que era atrasada no início do século XIX,. se industrializou rapidamente graças à educação. Em 1850. Apenas 10% dos suecos eram analfabetos, enquanto um terço dos ingleses não sabia ler nem escrever.

No Brasil, até os anos 1960, acreditava-se que a educação seria mero efeito do desenvolvimento. Em 1950 os respectivos gastos públicos eram de apenas 1.4% do PIB. A partir dos anos 1970, a visão se inverteu. Convencemo-nos de que a prosperidade depende da educação. Os gastos subiram e hoje atingem 5,8% do PIB. A educação fundamental foi universalizada na década de 90 (um século e meio depois dos Estados Unidos e quase meio século depois da Coreia do Sul).

Agora, demandamos melhora da qualidade, mas a ideia está contaminada pelo hábito de esperar que a despesa pública resolva qualquer problema. Daí o equivocado projeto de lei que aumenta os gastos em educação para 10% do PIB. Na mesma linha, Dilma e o Congresso querem aplicar na educação grande parte das receitas do petróleo.


Proporcionalmente, nossos gastos em educação equivalem à média dos países ricos. Passamos os Estados Unidos (5.5% do PIB). Investimos mais do que o Japão, a China e a Coreia do Sul, três salientes casos de êxito na matéria (todos abaixo de 5% do PIB). Na verdade, a má qualidade da nossa educação tem mais a ver com gestão do que com falta de recursos.

O professor José Arthur Giannotti assim se referiu aos jovens que foram às ruas pedir mais dinheiro para o setor: “Pleiteiam mais verbas sem se dar conta da podridão do sistema. Mais do que verbas, é urgente uma completa revisão das instituições educativas vigentes. A começar pela reeducação dos educadores, que, na maioria das vezes, ignoram o que estão a ensinar”” (O Estado de S. Paulo, 19/6/2013).

Outro educador, Naercio Menezes Filho, citou o interessante caso de Sobral (Valor, 21/6/2013). Entre 2005 e 2011 o município cearense avançou quatro vezes mais rápido no ensino fundamental do que São Paulo, sem aumento significativo de despesa. “O gasto por aluno que Sobral usa para alcançar esse padrão de ensino nas séries iniciais é de apenas 3.130.00 reais, enquanto a rede municipal de São Paulo gasta ao redor de 6.000 reais por aluno, ou seja, duas vezes mais.”
(...)

A educação brasileira precisa de uma revolução gerencial e de prioridades, inclusive para gastar melhor os recursos disponíveis. Ampliar os respectivos gastos e destinar-lhe as receitas do petróleo agrada a certas plateias, mas o resultado poderá ser apenas o aumento dos desperdícios. Será péssimo para as próximas gerações.
(fonte. Revista Veja 27/07/2013)

Atividades.
Atividade 3.1.  Relacione o conteúdo do artigo com o tema da aula
Atividade 3.2. Entre gastar mais (recursos com a educação) e gastar melhor o autor se posiciona em defesa dessa segunda opção. Cite um argumento apresentado pelo autor para fundamentar a sua (dele) escolha.

Atividade 4. Acesse o link abaixo e leia o editorial do jornal O Globo sobre a saúde pública brasileira. Em seguida responda o que for pedido
https://oglobo.globo.com/opiniao/saude-publica-do-pais-sofre-de-ma-gestao-12010246

Atividade 4.1. Responda usando apenas três palavras a essência da crítica que o editorial do jornal O Globo faz ao sistema  público de saúde no Brasil.
Atividade 4.2. Relacione a resposta dada acima com o pensamento gerencial (teorias da Administração)